Ainda que fiel às características que pautam a música gaúcha e o estilo do autor, Varais de Esperanças é um disco que prioriza a alternância de ritmos e temas. Seu conteúdo flutua entre o saudosismo sonhador do homem rural, cada vez mais deslocado, e o duro retrato urbano dos anseios e conflitos vividos pela sociedade contemporânea, incluindo, em algumas faixas, uma severa crítica ao cenário político-econômico atravessado pelo país em 2016. Vertical Gravadora e Editora Ltda.
Clique sobre o nome da música para saber mais sobre ela. Este espaço tem o objetivo de proporcionar aos interessados, com palavras do próprio autor, uma rápida ideia sobre o conteúdo das letras, desde o tema até o objetivo e/ou a intenção com que cada uma delas foi concebida.
Abre o disco no estilo que mais aprecio compor. O tema descreve a paz de quem retorna ao pago e se identifica com a simplicidade das coisas que deixou. É o alívio da alma que se encontra consigo mesma, quando os sentidos identificam visões e sons que lhes permitem reconhecer as próprias origens.
(Miro Saldanha)
Ôh, de casa, grito, por sobre o aramado;
e aguardo, ainda montado, como é o costume daqui.
Quem vem lá? - Grita um piá, da soleira;
corre pra abrir a porteira, estende a mão e sorri.
Vim de longe pra ouvir a fonte, que brota
nessa harmonia de notas que só o silêncio lhe dá.
Pó de estrada e o tempo das quatro patas
me deram noção exata do que é “ali” e o que é “lá”.
REFRÃO
Sou daqui,
mas fui buscar, noutros mundos,
algum olhar mais profundo
e um pôr de sol pra cantar.
E descobri,
no pôr do sol da querência,
todas as minhas ausências
guardadas num só olhar.
De onde eu vim, eu aprendi, com a tristeza,
como sorrir por proeza, pra ter um dia melhor;
e quanto valem as alegrias escassas,
porque é no meio das massas que a solidão é maior.
Vim de longe, seguindo o canto dos galos.
Nas patas do meu cavalo, terra de todo o lugar.
Desencilho, desfaço as mágoas que trago
e reconheço meu pago, ouvindo a cuia roncar.
REFRÃO (Bis)
É um chamamé que exalta o orgulho e o amor que o gaúcho tem pelo Rio Grande. Responde a questionamentos sobre os motivos que temos para amar nossa terra gaúcha.
(Miro Saldanha)
Onde vou me perguntam razões pro o meu canto nativo
e as origens deste olhar altivo, que encara de frente ao falar;
por que, tenho esse orgulho ferrenho do pago onde vivo.
Mas carrego e cultivo um galpão de motivos que eu posso explicar:
É que eu trago a memória dos campos, coxilhas e montes;
e um passado de glórias e heróis que lutaram nas guerras.
Vem de berço a altivez desse olhar, habituado a horizontes,
e o cantar de quem traz por legado o amor pela terra.
REFRÃO (Bis)
Em cada peito há um coração;
em cada rancho, um jardim.
E em cada palmo deste chão
há um pedaço de mim.
Cada saco de grão vem do ventre da terra lavrada.
Cada naco de chão que dá fruto produz e levanta o país.
E quem não ama o chão onde teve a semente plantada,
planta, dentro de si, a semente estragada que a terra não quis.
São de paz as razões que nos juntam nessa cavalgada.
E hoje é festa a fumaça que enfeita o bocal das garruchas.
Novos tauras comungam fogões, pelas manhãs de geada,
e o bom mate, marca registrada da gente gaúcha.
REFRÃO (Bis)
É a música título do CD. Bate, mais uma vez, na tecla sobre a qual tenho martelado insistentemente, a respeito dos novos rumos que a sociedade vem tomando, vítima do consumo midiático, do desmantelamento familiar e do crescente abandono de valores e costumes sadios.
(Miro Saldanha)
Ontem, o lombo
a crina e o tombo.
Hoje, filhos pra criar.
Mudou o potro,
o tempo é outro
e eu tenho de acompanhar.
É outra doma.
E é nessa soma
que eu preciso me encaixar.
E os novos rumos
que o mundo toma
têm me dado o que pensar.
REFRÃO
Talvez... se a moda não contaminasse olhares,
coisas vulgares já não fossem tão normais,
se pais e filhos ocupassem seus lugares...
talvez os lares não se desfizessem mais.
Talvez se os passos retornassem aos altares,
tantos pesares não sangrassem nos jornais.
Talvez a infância ressurgisse pras crianças
e as esperanças tremulassem nos varais.
Trago comigo ditado antigo,
erguido sobre a verdade:
“dentro de casa, estão as asas
de qualquer sociedade”.
Não tem futuro, parede ou muro,
se a base é comprometida.
E antes da ruína virar a esquina,
tem de haver uma saída.
REFRÃO
É uma composição propositadamente diferente em ritmo e arranjos, exatamente para quebrar o preconceito de que gaúcho só sabe fazer "gaitaços", só entende de cavalo e é destituído de qualquer sentimento amoroso.
(Miro Saldanha)
Se dizem que só vivo nos rodeios,
que meu mundo é meu arreio (ou coisa assim),
que nunca me escapou um boi do laço
e que a força do meu braço não tem fim,
é só olhar um pouco além do jeito
pra ver que é preconceito esse perfil.
E se o meu braço pesa onde eu pego,
é que, às vezes, carrego este Brasil!
REFRÃO
Sou brasileiro,
do fim do mapa!
Sangue guerreiro!
Fibra farrapa!
De Pampa e Serra
faço canções.
Se amo minha terra,
tenho razões.
Se dizem que não tenho sentimento,
que o mundo gira lento ao meu redor;
e que eu só entendo, mesmo, é de cavalo;
que a minha mão tem calo e cheira a suor;
tu podes descobrir, no meu abraço,
que a mão que trança o laço colhe a flor.
E o tanto que essa mão pode ser leve,
quando, num corpo, escreve sobre amor!
REFRÃO (Bis)
Éuma chamarrita cujo conteúdo aborda de leve o clima político-econômico que atravessamos em 2016. Acho que agradará aos adeptos do antigo sonho da República Rio-grandense. Ainda que eu não queira desistir de ser brasileiro, às vezes também me entristeço com a doença crônica da corrupção.
(Miro Saldanha)
A cada vez que eu abraço esta guitarra,
quem me ouve cai na farra e quem não ouve eu não obrigo.
São coisas simples, que eu ajeito no compasso
de acordes que eu mesmo faço e com rimas que eu mesmo digo.
Quem gosta, gosta, pisca o olho e pega a dica.
Quem não gosta me critica, torce a cara e eu não ligo.
Mas eu confesso que o coração sapateia,
quando o povo me rodeia pra cantar junto comigo.
E a gente abraça os abraços dos velhos amigos,
enquanto junta os pedaços de um sonho antigo.
De bico aberto, quebrei a casca do ovo
já cantando, pro meu povo, com a guitarra e a garganta.
Qual quero-quero, sentinela da minha gente
do garrão de um continente que, pra mim, é terra santa.
O Brasil velho ‘tá cheio de gente esperta
que ‘tá lá, na hora certa, pra colher o que não planta;
usando a Pátria no seu próprio interesse.
Por um desaforo desses, que uma raça se levanta!
Espiar o mundo por frestas, também não adianta.
E o bom cantador faz a festa e semeia o que canta.
Eu tenho gosto de cantar o que é nosso,
fazendo o melhor que posso, pois não tenho faculdade.
Falo do laço, do fandango e do rodeio,
da chula e do sapateio, da doma e da liberdade.
Mas não me tome por cantor da ignorância,
por eu ser um peão de estância sem vivência da cidade.
Quem canta a essência tem na pátria o endereço.
E o civismo não tem preço nem prazo de validade.
Esse é o Rio Grande que eu digo, sem meias verdades!
(Bis)
Meu universo de amigos, minha Pátria sem grades.
É uma homenagem à minha terra natal, que há muito tempo deixei, mas que ainda guarda boa parte de mim. Ainda que seja direcionada para minha terra, acredito que agradará a todos aqueles que também deixaram a sua.
(Miro Saldanha)
Em velhas fotos, me vi
no livro que alguém escreveu.
Pisando tua terra preta, guiando a carreta, vinha eu!
Verão e tardes de sol;
pesca de anzol, lambari,
a sanga e o poço mais fundo, a pitanga e meu mundo lindo de guri!
Fruta madura daqui,
dali um favo de mel.
E um anjo pra meu companheiro,
o valente e guerreiro anjo Gabriel!
REFRÃO
Terra minha, velho ninho,
meu caminho volta aqui!
És o berço de onde eu venho
e o que eu tenho vem de ti!
Pra os teus versos, meus arranjos;
teu arcanjo é o anjo meu;
do teu mapa é minha palma
e minha alma é barro teu!
Terra de heróis e tropeiros;
e dos carreteiros a pé;
tua gente, teus vultos, guerreiros, valentes herdeiros de Sepé!
Velhas escolas daqui,
onde aprendi o que sei...
Lembranças tão minhas, tão tuas, heranças das ruas tuas onde andei!
Resto de campo e de céu,
de um sonho bom que vivi!
Do encanto que sempre foi teu,
veio um canto que é meu e hoje canto pra ti!
REFRÃO
Aborda diretamente as feridas abertas pelo mau uso do dinheiro público, pelo descaso para com a saúde pública, pela falta de segurança, pelo verdadeiro pé no pescoço representado pelo alto índice de impostos e, finalmente, pela constante vigilância repressiva e avarenta mantida pelo sistema em cima do cidadão de bem, daquele que carrega o país. Não se trata de oportunismo político, o que seria baixo e medíocre. É, isto sim, um clamor apartidário, do cidadão brasileiro sufocado por um sistema corrupto, vil e explorador.
(Miro Saldanha)
Eu vim pra quebrar a taça e pisar os cacos.
É hoje, no taco-a-taco, que eu abro o saco e o motivo.
Eu não quero desistir de ser brasileiro,
do meu Sul guerreiro, nativo.
Mas vivo me defendendo, meio acuado.
E a pátria, do meu costado, bandeou pro lado inimigo.
Parece que só o que conta é pagar a conta
de quem não conta comigo.
REFRÃO
É fácil brincar de mãe, sem sofrer o parto;
se o leite, brota do farto seio da urna.
O duro é velar o sono onde a morte sonda,
em sua ronda noturna.
É fácil chamar de mãe quem oferta o peito
que amamenta alguns eleitos, longe das vilas;
o duro é chamar de pátria quem não socorre
quem morre nas filas.
A Pátria que eu tanto amo me vira o rosto.
Eu luto contra o desgosto, a cada imposto que dobra.
A indústria da vida fácil dorme comigo
e o que eu consigo, me cobra.
Metade dos que eu sustento nem é parente!
Folgado que não tá doente, tá bem dos dentes que eu sei.
O prêmio de quem trabalha é bancar o bobo
do roubo e da lei.
É uma vaneira divertida, satirizando o descaso para com o grande número de projetos sérios e de interesse coletivo que se acumulam nas gavetas de parlamentares, à espera de uma votação que nunca acontece. A letra tem a forma de um projeto de lei que propõe uma alteração na estrutura da semana de trabalho, tirando a segunda-feira, que todo o mundo detesta, e acrescentando outra sexta-feira, dia esperado por todos.
(Miro Saldanha)
Dizem que quem fez o mundo fez tudo em seis dias.
Verdade ou teoria, meu avô já dizia mas nunca provou.
Já o ser humano, safado, se deu a ousadia
de guardar pra folia o dia que sobrou.
E alguém que, por certo, era fã da preguiça humana,
pensando na pestana,
bolou o fim de semana, tirando dos sete.
E eu fiz um novo projeto, à minha maneira:
cai a segunda-feira e a sexta repete.
REFRÃO
Tem violão batido, costurando nas beiras,
e uma acordeona manheira
pra, de alguma maneira, o projeto valer;
enquanto o pandeiro se encarrega da zoeira
e o baixo encorpa a vaneira, fazendo a terra tremer.
Tendo duas sextas, se trabalha a primeira
e a outra é só brincadeira,
pra quem é da vaneira e tem bola no pé.
Então, vamo’! Vamo’! Vamo’! Vamo’, moça faceira!
Lembra que hoje é sexta-feira
mas amanhã também é.
..................................
O meu projeto tem base nos dias corridos,
de trabalho sofrido,
de quem vive esquecido só na lida dura.
Propõe um dia da semana pra ser suprimido
e um outro repetido,
pra não quebrar a estrutura.
Já tramitou nas bailantas e nas domingueiras.
Nos bailões da fronteira,
depois da saideira, o debate aprofunda!
E a turma da ceva argumenta: “sou mais sexta-feira!
Semana não tem primeira, qual é a moral da segunda?”
REFRÃO (Bis)
A letra retrata um homem de idade já avançada que, ao perceber que sua jornada se aproxima do fim, é acometido por dúvidas sobre a veracidade de tudo o que lhe foi dito a respeito da vida em outro plano. Ao cevar o mate ao final da tarde, percebe a relação entre o poente do dia e o poente da vida, e eleva sua prece rude pedindo amparo para continuar acreditando que há vida além da vida.
(Miro Saldanha)
No fim da tardinha, na hora tão minha,
eu cevo o mate.
Quando o sol se aninha e o dia caminha
pra o arremate.
Fecho os olhos e pergunto
se lutei um bom combate.
Na ponta do laço, a força do braço
já não é igual.
Da prece que faço, só lembro pedaços
do principal.
Mas peço ao Patrão Supremo
que me mande algum sinal!
REFRÃO
Que, abrindo a cortina pra a estância divina,
há um lugar
onde os da minha sina, de corda e de crina,
hão de matear.
Que o meu mundo continua,
eu preciso acreditar!
Que, ao fim da jornada, alguém da peonada
me guiará.
Ou, talvez, um paisano, alguém mais vaqueano,
que me dirá
que eu terei o meu galpão,
que o meu baio estará lá!
Tem dias que eu saio e até me distraio na lida dura.
No lombo do baio, não temo nem raio
nem noite escura.
Já embalei sonhos morenos
no bater das ferraduras.
Mas o tempo, paciente,
vai dando, aos valentes,
serenidade.
E o Onipotente revela um poente
pra cada idade.
Só peço ao Patrão Supremo
que me diga que é verdade...
REFRÃO
É dedicada à mulher, de um modo geral, não apenas à mulher gaúcha. Destaca a bravura de uma figura feminina hoje em extinção, capaz de amar intensamente e ao mesmo tempo enfrentar quaisquer agruras, do parto à guerra, sempre pautando sua jornada histórica pela coragem e pelo amor, até os dias atuais. É uma faixa bastante diferente das demais. Os críticos mais radicais provavelmente a discriminarão, exatamente por ser diferente. Mas, digam-me sinceramente, há algo mais complexo e diferente do que a heroica figura feminina?
(Miro Saldanha)
Mulher, às vezes, fico admirando
em silêncio, contemplando teu eterno vai e vem.
Rezando pelos filhos, me parece
que o céu se une, em prece, pra te ouvir dizer amém.
Às vezes, busco um jeito delicado de dizer
que estou honrado só porque te tenho aqui.
Mas tudo, então, me soa decorado, repetido,
mastigado. Nada digno de ti.
REFRÃO
Tão doce no ritual que a vida gera.
Tão forte quando a vida gera dor.
Mistura sem igual, de flor e fera.
O mundo inteiro espera o teu amor.
És tu quem agradece a carga imensa,
pela simples recompensa de abraçar um filho teu.
Eu juro que não sei no que te agarras
pra cumprir, com tanta garra, a missão que Deus te deu.
E desde que a história era criança
que o teu vulto empunha lanças, tendo um filho pela mão.
E a mesma mãe, zelosa e de alma boa,
muitas vezes foi leoa por detrás de um mosquetão.
O teu destino atravessou invernos, e hoje, em tempos
mais modernos, mais trabalho te requer.
Mas esse ventre frágil e fecundo é
capaz de erguer o mundo, sem deixar de ser mulher.
REFRÃO
......
Mistura sem igual, de flor e fera.
É um chamamé cuja letra ressalta a beleza da terra gaúcha e a simplicidade de nossa gente do campo. Ao mesmo tempo em que passa uma mensagem positiva, exalta a coragem dos que dedicam a vida ao campo e às lides campeiras e tiram da terra o sustento para si e para os que vivem na cidade.
(Miro Saldanha)
Horizontes largos pela frente;
água de vertente pra beber;
mato que costeia o rio corrente
até onde a gente pode ver;
um naco de terra pra a semente
que a lua crescente faz nascer;
um laço e um pingo bueno, minha gente,
é mais que suficiente pra viver.
REFRÃO
E que a vida bata à porta dos fortes!
Se for a morte, volte amanhã
que hoje tem truco y la yerba amarga,
na sombra larga e amiga do tarumã!
Quem herda a luta já é feliz
e não se maldiz da sorte pagã.
Quem honra a sina de pelo duro
laça o futuro a cada manhã.
Quem firmou o punho erguendo a lança,
na paz, nunca não se cansa de lutar.
Quem tem, com a Pampa, essa aliança,
não tem vida mansa pra contar.
Mas se houver um laço, uma esperança
e um pingo de confiança pra montar,
a gente arrasta o mundo, nessa trança
que o braço gira e lança pelo ar.
REFRÃO (Bis)
Fecha o disco com uma mensagem de apoio a quem vive um momento de fragilidade originado pelo fim de um relacionamento. Contrariando, mais uma vez, o estigma do “super-herói de bombachas”, o objetivo é demonstrar que o gaúcho também ama e também tem sentimentos.
(Miro Saldanha)
Mano, faz tempo que eu percebo tua expressão fechada
e a lágrima que ronda tua voz embargada.
Teu coração menino não está aqui,
pois anda num rancho pequenino na beira da estrada,
no riso cristalino da mulher amada,
na voz de uma criança a perguntar por ti.
Eu sei. Amor quando termina é tiro que detona;
é uma pancada seca e tudo desmorona;
é um mundo que se acaba na palavra “não”.
É um golpe de um laço que se parte e nos pega de jeito;
a ponta vem zunindo e nos acerta o peito.
Só quem leva esse tombo é que conhece o chão!
REFRÃO
Mas ergue a cabeça, parceiro,
que um bom companheiro
tem força na voz!
Lembra que os atos são teus!
Não basta ser um homem que acredita em Deus.
É preciso fazer com que Ele creia em nós.
Eu sei. Quem teve um rancho pleno de amor e vida,
um mate e um sorriso no final da lida,
um catre e um carinho contra o vento frio,
sofre. À noite, perde o sono, pensa e fica tonto.
O pensamento volta sempre ao mesmo ponto.
Não sabe se soltar de um abraço vazio.
Mas vem! Vem dedilhar comigo um verso dos antigos!
Não sofre solidão quem tem um bom amigo.
Por mais que nos pareça, nunca estamos sós.
Vem! Pede ao teu coração um pouco de paciência,
que às vezes, num momento de pura carência,
se entrega a quem não presta o que há de bom em nós!
REFRÃO (Bis)